Os preços das corridas pelo aplicativo Uber começaram esta quarta-feira (8) em alguns trajetos de São Paulo com valores até 50% mais caros.
Em protesto contra as condições de trabalho, os motoristas do aplicativo preparam uma paralisação global na mesma semana em que a companhia deve fazer sua estreia na Bolsa de Valores. No Brasil, eles protestam também contra o aumento do preço da gasolina.
Segundo observado pela reportagem, em trajetos da Pompeia ao aeroporto de Guarulhos e de Perdizes e de Pompeia até a região central da cidade de São Paulo o preço das corridas ficou em torno de 50% mais caro, na comparação com dias anteriores.
De Perdizes à região central, por exemplo, no período antes das 8h, o valor costuma ficar próximo a R$ 10, enquanto nesta quarta o preço subiu para R$ 15.
Em Niterói (RJ), por outro lado, a disponibilidade de veículos e os preços estavam normais. Um motorista disse à reportagem que nem sabia da paralisação.
Conforme a Folha informou nesta terça (7), no país, quem aderir à ação deve desligar seus aparelhos entre meia-noite de quarta-feira e só voltar ao trabalho na quinta-feira.
O movimento, que ganhou o nome “Uber Off” (Uber desligado), segue orientação de associações de motoristas internacionais, diz Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo).
“A Uber passa um valor de tarifa para o motorista muito baixo e a empresa só cresce, ficando bilionária, ganhando valores exorbitantes”, disse.
Na Grã-Bretanha, os motoristas iniciaram o dia da greve protestando contra a disparidade entre as condições de trabalho e as somas que os investidores provavelmente farão na estreia do mercado de ações.
Em seu lançamento de ações, a Uber espera atingir US$ 91 bilhões em valor de mercado e arrecadando até US$ 9 bilhões.
Motoristas de Londres e das cidades de Birmingham, Nottingham e Glasgow devem ficar desconectados do aplicativo entre as 7h e 16h (horário local).
“Estamos com esses trabalhadores em greve hoje, em todo o Reino Unido e no mundo”, disse Jeremy Corbyn, líder trabalhista da oposição britânica.
Com Reuters