Covid-19 – Consequências da pandemia em Curitiba

Se para o presidente do Brasil o Covid-19 é só uma “gripezinha”, para a maioria da população brasileira, o vírus é sinônimo de pesadelo, receio, medo e um verdadeiro causador de prejuízo. O reflexo da quarentena provocada pelo o inimigo número 1 da saúde pública, já começa a adoecer também a “saúde econômica” de alguns comerciantes e empreendedores de Curitiba.

Desde que o isolamento social foi recomendado, muitos empreendedores tem convivido com quedas e retração nos negócios. As portas de muitos estabelecimentos, por medida de precaução, foram fechadas e com isso, às vendas pararam e o giro econômico cessou. Só que as contas não param de chegar e a falta de alternativa tem tirado o sono de muitos comerciantes, empreendedores e empresários.

Como é o caso de Gilberto da Silva, 52 anos. Ele tem uma pequena lavanderia na região sul da capital, e, sem mesmo saber, acabou por fazer parte estatisticamente de uma pesquisa que aponta: “70% dos brasileiros acham que a economia irá piorar por conta da pandemia do novo coronavírus”.

O Covid-19 vai causar prejuízos?

A pesquisa que foi divulgada nesta quarta-feira, 08, realizada pela empresa Ideia Big Data, que ouviu mais de 1.500 pessoas entre 31 de março a 1º de abril. Apontou que, a maioria dos entrevistados acreditam que o Covid-19 vai causar prejuízos e transtornos em todo o Brasil.

Das pessoas que foram ouvidas, 68% acreditam piamente que a economia vai travar por consequência do coronavírus. Para esse percentual, o emprego vai faltar e muitos comércios não conseguiram sair do vermelho. Já para um grupo de 13%, a situação não deve mudar muito, para esses entrevistados, tudo vai permanecer igual ao que era antes da quarentena. No entanto, outros 13% que foram ouvidos são mais otimistas. Eles acreditam na recuperação e crescimento da economia.

“O coronavírus não mexeu só com a economia e estabilidade dos negócios” – Gilberto da Silva

Se os opinadores estão certos, ou não, o futuro irá dizer. Mas quem de fato já sentiu na pele o efeito colateral negativo do coronavírus nos negócios, foi o primeiro personagem que entrevistamos, Gilberto da Silva. Dos mais de 120 clientes que eram atendidos diária e semanalmente – antes da pandemia – por sua lavanderia, atualmente, só dois permanecem com o contrato em atividade. O negócio do microempresário foi “bombardeado” em cheio pelas “bombas pandêmicas” do coronavírus.

“O Covid-19, coronavírus, não mexeu só com a nossa economia e estabilidade dos negócios, mas também com o nosso psicológico e emocional, nunca vi nada igual”, desabafa o empresário.

Covid-19 - Consequências da pandemia em Curitiba
Vivemos um momento muito delicado, nunca tinha visto uma situação tão preocupante na minha vida, temos que trabalhar? Sim, mas sem saúde não se tem nada – Gilberto da Silva

Para ele, não há tem muito o que fazer, há não ser aguardar. Classifica o momento como “perturbador, delicado e perigoso”, afirma compreender o momento de isolamento social, mas também não sabe como agir para tentar driblar e censurar a crise insaturada pelo Covid-19 . ” Já pensei em abrir um ponto de coleta, mas nesse momento é tudo inviável. No fundo, todos estão com receio, mas realmente agora é tempo de prevenção. No momento, o melhor que temos a fazer é ficar em casa. Estou sendo prejudicado, sem dúvidas, mas a nossa saúde é primordial. Vamos entregar nas mãos de Deus e aguardar”, conclui.

Tatiely Assunção, de 18 anos, é atendente numa panificadora na região do Sítio Cercado, região sul de Curitiba, ela não esconde o medo de ser infectada, mas ressalta que toma os devidos cuidados e tem atenção redobrada – principalmente por estar grávida. “Logo após atender o cliente, já uso o Álcool em gel, faço a minha parte, estou grávida e tento ao máximo me higienizar, uso máscaras, luvas, tento me proteger”, explica.

De acordo com a atendente o movimento teve uma queda de aproximadamente de 70%, isso relacionado ao atendimento no balcão. Disse ainda que cerca dos 30% dos clientes que atende no ambiente, a maioria não tem prezado pelo cuidado com a saúde. “Poucos usam máscaras, ou luvas, disponibilizamos o álcool em gel, mas quase ninguém usa”, disse.

Para tentar contornar a crise, medidas de atendimento a domicílio foram adotadas, “criamos um disque entrega, principalmente para atender os idosos, eles ligam, fazem o pedido e mandamos o motoboy realizar a entrega, foi o jeito que encontramos para priorizar os nossos clientes e manter a panificadora girando”.

Marketing Digital para combater a crise do Covid-19

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A gente entende a gravidade da situação, estamos trabalhando com muita prevenção e nos reinventando todos os dias, o coronavírus, esse tal de covid-19, precisa ser levado a sério – Leomar de Melo

Já o Casal Leomar de Melo e Silvana dos Santos, também sentiram a força “da mão poderosa” do coronavírus em seu restaurante e pizzaria. “Nós servíamos um pouco mais de 90 almoços por dia, nesse período de quarentena, não chega nem à 30”, relata Silvana dos Santos.

O casal conta que, medidas de prevenção e cuidados foram tomadas, “nós afastamos as mesas, orientamos o não aproximamento quando as pessoas vão se servir no buffet”, explica a comerciante.

O mesmo quadro se repete na parte da noite, em relação a pizzaria. Segundo Leomar, o atendimento presencial, no balcão foi praticamente a zero. No entanto, por meio de um trabalho envolvendo o marketing digital, as vendas por meio do WhatsApp soltaram para mais de 100%.

“Contratamos uma agência de marketing, eles fizeram um site para nós e cuidam de nossos anúncios na internet e isso trouxe resultados maravilhosos e tem ajudado muito”, afirma Leomar.

“A população não está levando a pandemia muito a sério” – Brito da Farmácia

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“Nossa única arma para tentar conter a proliferação do vírus é ficando em casa. Os profissionais da saúde já estão caindo e não tem gente para substituir” – Brito da Farmácia

O farmacêutico José Aparecido, o Brito da Farmácia, tem usado as redes sociais para tentar conscientizar as pessoas sobre a pandemia, salienta a periculosidade e a probabilidade de óbito por consequência da infecção do vírus, chama a atenção para que a população encare o Covid-19 de forma séria.

“As pessoas não estão levando a sério coronavírus, a situação é precária! Os números divulgados pelos órgãos oficiais são alarmantes, mas os números que os meus colegas da área de saúde me repassam em off, são mais alarmantes ainda, falta um pouco de transparência das autoridades e responsabilidade e precaução por parte da população”, destaca.

Segundo Brito, houve um aumento no percentual de vendas dos antigripais – o que considera normal nessa época do ano, mas chama a atenção para a queda dos anti-inflamatórios. Destaca que o movimento na farmácia permanece alto, acredita que muitas coisas poderiam ser atendidas por telefone.

” Desde que começou a quarentena o reflexo de queda para nós no atendimento caiu 30%, as entregas aumentaram entorno de 15 à 20%, mas o presencial está ainda muito forte. Seria interessante se os clientes adotassem o isolamento para própria proteção, podem nos ligar e nós mandaremos entregar o que pedirem em casa, principalmente os idosos. Esse, por enquanto, é o único jeito de deter o Covid-19, nesse momento, ficar em casa é o melhor remédio para combater o coronavírus”, alerta.

Movimento que assusta

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Se eu pudesse ficaria em casa, pois acredito que é a melhor prevenção, mas estou aqui trabalhando, me protegendo a medida do possível e organizando para que não tenha aglomerações – Jelson Amarante

O gerente de mercado Jelson Amarante, também se surpreendeu com alta no movimento no estabelecimento que gerencia, “me assustei quando vi a quantidade de pessoas que estavam dentro do mercado, ainda bem que já tínhamos nos precavido”, disse.

O gerente explica que medidas de segurança e de distanciamento foram adotadas, álcool em gel foram disponibilizados para os clientes se higienizarem, mascaras para os atendentes de caixa e luvas como forma de prevenir um possível contágio.

“Logo quando que se deu início a quarentena tomamos essas medidas, o movimento cresceu muito, me surpreendeu, mas o que percebo também é que as pessoas não ficam mais batendo papo como antes, elas compram e vão embora”, detalha.

Alguns produtos na prateleira foram estabelecidos um limite de quantidade por cada cliente, como é o caso do álcool em gel. De acordo com Jelson, cada pessoa só pode levar dois frascos. “Tivemos que tomar esse princípio para que todos pudessem ter o direito de comprar, senão muitos enchem o carrinho e deixam os demais desassistidos”, disse.

O que os entrevistados pensam do isolamento social?

Ainda sobre a pesquisa, questionados sobre as medidas de isolamento social, a maioria dos entrevistados, concordam com as medidas adotadas pelos Estados quanto ao fechamento dos setores de comércio, 75% acham que as decisões estão corretas. Já 17% afirmam que as medidas são exageradas e 8% não souberam opinar.

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